A importância dos FIDCs


A importância dos FIDCs

O FIDC é um tipo de fundo de investimento que é regulado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) com o objetivo de adquirir e gerir uma carteira de investimentos composta, visando um rendimento pré-definido na maioria das vezes por recebíveis. Assim como os FIIs e FIPs, o FIDC pertence à categoria de fundos estruturados, que são ativos compostos por títulos, empresas, imóveis e outros ativos que possuem baixa liquidez. 

Pelo fato de ser um ativo composto por recebíveis, os FIDCs podem ser vistos pelos investidores como títulos que garantem às empresas o direito de receber futuramente parcelas referentes a vendas de produtos ou serviços, que já foram prestados ou ainda serão prestados. Por isso, as empresas têm no FIDC uma alternativa de antecipação de seu fluxo de caixa ou, de uma forma mais simples, uma opção viável de crédito. 

É justamente aí que se encontra a importância do FIDC no mercado financeiro em geral, e também para os investidores que buscam rentabilidade de uma forma mais segura. A participação dos FIDCs não se limita apenas ao meio empresarial, com sua influência podendo ser identificada no dia a dia das pessoas de diversos segmentos. O crédito gerado é então oferecido para empresas de diferentes portes, na maior parte das vezes as pequenas e médias, e isso fez com que o FIDC se tornasse uma alternativa mais rápida e barata ao sistema bancário tradicional, principalmente durante este momento em que as dificuldades no acesso ao crédito bancário são muito maiores por conta da pandemia causada pelo Covid-19.  

Dessa forma, os FIDCs têm sido muito importantes ao permitir às pequenas e médias empresas um canal adequado que possibilita o financiamento do capital de giro necessário, que é algo fundamental para o dia a dia não só das empresas, mas também de pessoas que são afetadas indiretamente por eles. E não é só neste ponto que os FIDCs se destacam, mas também por auxiliarem as chamadas fintechs de crédito que possuem operações de desconto de recebíveis, sendo uma excelente alternativa, sendo cada vez mais escolhidas ao invés dos bancos tradicionais e viabilizando crédito de uma forma mais rápida e om menos burocracia, fazendo com que os FIDCs se tornem parceiros ideais em situações como essas, justamente por alcançarem os investidores necessários que fazem aplicações em tais fundos, o que possibilita a exclusão do intermédio bancário e facilita todo o processo. Portanto, essas fintechs dão origem aos créditos juntamente com os comerciantes, que por sua vez, são fornecidos aos FIDCs por meio do adiantamento dos recursos que são criados.  

A entrada dos FIDCs nesse meio contribuiu para a inclusão de tomadores de crédito e, também, para a competição mais acirrada no mercado financeiro. A concorrência entre os bancos e a junção das fintechs com os FIDCs vêm fazendo com que as taxas de empréstimos caiam de forma consecutiva ao passar dos meses, seja por conta da redução de custos, ou por conta da compressão de margens. 

Do lado do investidor, o FIDC oferece cotas que são remuneradas pelas taxas de juros negociadas nas operações de aquisição dos recebíveis, menos os custos para suavização dos riscos e pagamento aos prestadores de serviços. 

Mesmo considerando que a competição reduza a diferença entre o preço de compra e o preço de venda de uma ação nas operações de crédito, é possível perceber que há um bom espaço para que os investidores compartilhem parcelas deste ganho. Outro ponto relevante a ser considerado é a importância que os FIDCs têm para os chamados investimentos de impacto, em que os investidores geralmente buscam não apenas o retorno financeiro, mas também contribuir com causas que têm impacto direto no meio socioambiental. Esses tipos de fundos têm sua estrutura principal junto a empresas voltadas para diversas áreas como da educação, saúde, segurança, preservação ambiental, geração de energias sustentáveis, entre outras. 

Olhando por uma perspectiva diferente e que, muitas vezes não é considerada, é a dificuldade de acesso a linhas de crédito que têm sido um grande obstáculo para que as empresas em recuperação judicial possam manter as suas atividades. A chamada securitização de recebíveis tem se mostrado uma alternativa importante, e por esse motivo, é cada vez mais utilizada para que as empresas tenham acesso a novos recursos.  

Os FIDCs são veículos de securitização por excelência e sua utilização no contexto atual, principalmente no momento econômico em que a busca por novas fontes de recursos está tão em pauta, é muito importante para representar formas de investimentos que muitas vezes não são tão exploradas ou conhecidas, mas que podem ser excelentes escolhas. 

 

 

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