Ao pesquisar mais sobre investimentos no mercado financeiro, você irá se deparar com os fundos de investimento. Existem diversos tipos, cada um com suas peculiaridades e suas estratégias próprias.
A busca dos investidores por diversificar as carteiras não é assunto novo, e com a importância cada crescente de contornar os riscos e segmentos de mercado em seus investimentos é bem difundida. O foco em equilíbrio e rentabilidade é o que mantém os olhares atentos para novas formas de investimentos que podem lidar melhor com momentos de estresse e alta volatilidade do mercado.
Se você ainda não ouvir falar na sigla “FIP”, saiba que o seu significado no mundo dos investimentos é “Fundo de Investimento em Participações”. Se trata de um ativo financeiro com o funcionamento um pouco diferente da maioria dos outros fundos que são mais conhecidos, por isso é sempre interessante se aprofundar um pouco mais antes de pensar em adiciona-lo à sua carteira.
O que torna o FIP diferente dos outros fundos de investimento, é a possibilidade que oferece aos investidores de poderem participar ativamente da gestão das empresas, fazendo com que não busquem apenas a participação dos lucros de uma determinada companhia. Sendo assim, é visto como um fundo muito interessante, pois os cotistas têm influência nas decisões que podem ser relevantes ao negócio e influenciar diretamente em sua rentabilidade, sendo antes, passadas pelo administrador do fundo.
O gestor do FIP tem uma função muito importante no fundo, indicar membros do conselho de administração das empresas, fazendo com que esse papel na política das companhias seja fundamental.
Um detalhe interessante a respeito dos FIPs é que eles precisam investir pelo menos 90% do seu patrimônio em ações, debêntures, bônus de subscrição e títulos que possam ser convertidos em ações. Os 10% restantes podem ser usados livremente para ser feito o investimento em cotas de outros fundos a escolha do administrador. Além dessa questão, existe também um limite máximo de 33% que pode ser aplicado em debêntures. Lembrando que o patrimônio do FIP também pode ser utilizado para comprar ativos do exterior, mas não pode ultrapassar 20%.
Com tantos detalhes, essa categoria de fundo é voltada justamente para investidores qualificados e experientes, pois o investimento inicial é sempre alto. Apenas pessoas físicas ou jurídicas que possuam mais de R$ 1 milhão comprovadamente investido ou profissionais do mercado financeiro podem participar dessa categoria de investimento, focado no longo prazo. Apesar de ser exclusivo para investidores qualificados, conhecer essa modalidade pode ser importante para todos, pois esses fundos focam o investimento de seus recursos em empresas de menor porte e também em sociedades que ainda estão em desenvolvimento. O objetivo principal do FIP é participar de maneira ativa do crescimento de empresas.
Existem diversas categorias de FIPs, cada um com diferentes regras de composição e negociação, e é necessário avaliar com cuidado cada tipo para que o entendimento das condições de cada um seja mais claro. Alguns possuem a estrutura como um fundo de investimento tradicional, que contam com uma gestão que seleciona os ativos a serem investidos, e outros que se assemelham aos fundos imobiliários, que são também negociados na bolsa de valores e possuem seus rendimentos isentos de imposto de renda.
Por ser um investimento de renda variável sob uma forma de condomínio fechado e com uma comunhão de recursos destinados à aplicação em companhias abertas, fechadas ou sociedades limitadas, em fase de desenvolvimento, fica como responsabilidade do administrador constituir o fundo e realizar o processo de captação de recursos de acordo com os investidores através da venda de cotas.
Sabendo que as cotas do fundo só podem ser resgatadas ao término de sua duração ou quando é deliberado em assembleia de cotistas a sua liquidação, o fundo deverá participar de um processo decisório da companhia investida, com uma influência efetiva na definição de sua política estratégica e na sua gestão, de forma que seja reonhecida através da indicação de membros do Conselho de Administração.
Com tais informações, é possível classificar os FIPs em determinadas categorias, conforme a composição de sua carteira:
Capital Semente: voltado para aquisição de participações em companhias ou sociedades limitadas que tenham receita bruta anual de até R$ 16 milhões, apurada no exercício social encerrado em ano anterior ao primeiro aporte do fundo, que não tenha apresentado receita acima desse limite nos últimos três exercícios sociais;
Empresas Emergentes: voltado para aquisição de participações em companhias ou sociedades limitadas que tenham receita bruta anual de até R$ 300 milhões, apurada no exercício social encerrado em ano anterior ao primeiro aporte do fundo, e que não tenha apresentado receita que seja maior que tal limite nos últimos três exercícios sociais;
FIP-IE e FIP-PD&I: investem com o foco em títulos de emissão de sociedades anônimas, podendo ser abertas ou fechadas, que desenvolvam novos projetos de infraestrutura ou de produção econômica intensiva com base em pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Energia, transporte, água e saneamento básico, irrigação e outros setores prioritários para o governo federal são as principais áreas abrangidas.
Os FIP-IE e FIP-PD&I devem ter, individualmente, no mínimo cinco cotistas, sendo que cada cotista não pode deter mais de 40% das cotas emitidas pelo FIP-IE ou pelo FIP-PD&I ou auferir rendimento superior a 40% do rendimento do fundo.
Multiestratégia: são fundos que não se enquadram nas outras categorias por permitir o investimento em diversos outros tipos de portes de sociedades investidas. Estes fundos têm a possibilidade de investir até 100% de seu capital subscrito em ativos no exterior, porém, neste caso, são destinados exclusivamente a investidores profissionais.
Quando se trata dos FIPS, fazer uma análise e ter um perfil de investidor definido é um ponto fundamental a ser conhecido pelo investidor que deseja se aprofundar nesse tipo de fundo.
Primeiramente, é preciso lembrar que por conta dos riscos que são considerados maiores, eles são mais adequados para investidores arrojados. Um aspecto central a ser observado com atenção, é o investimento ser direcionado apenas aos investidores qualificados.
Esse fator faz com que os FIPs não sejam acessíveis ao investidor de menor capital, e consequentemente, os Fundos de Investimento em Participações conseguem apresentar um potencial apenas para os investidores com autorização para acessá-los.
Apesar disso, eles têm interessado os investidores que possuem maior apetite ao risco de investir em pequenas e médias empresas, mas que possuem uma excelente perspectiva de crescimento, revelando uma estrutura que possui diversos benefícios oferecidos aos seus cotistas, se mostrando uma excelente opção para diversificar as suas carteiras. Mesmo sendo um investimento um pouco mais restrito, o FIP é um meio importante de financiamento para as empresas, pois além do aporte financeiro, a empresa tem a vantagem de contar com a perícia de gestão do investidor, contribuindo para o seu desenvolvimento e consolidação no mercado.